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A história de Toy Story

No post anterior, ficou faltando articular melhor sobre a importância de “Toy Story” para a animação atual. Não há dúvidas de que é um programa fantástico para essa semana, ainda mais para quem perdeu na época da estreia original, quinze anos atrás, ou para quem sequer veio a descobrir em vídeo. Não foi preciso de quinze anos, no entanto, para que o peso de “Toy Story” fosse sentido. De imediato, público e crítica perceberam que estavam diante de algo diferente e inovador. Afinal, este fora o primeiro longa de animação computadorizada, um feito notável que renderia um Oscar honorário ao diretor John Lasseter. O apuro técnico abriria alas para outras produções, e novos e consideráveis progressos seriam atingidos através delas. Igualmente surpreendente, porém, era o modo com que a história que estava sendo narrada encantava nas mesmas proporções, graças a um enredo inteligente e inventivo.

Todos os empenhos da Pixar, antes conhecida apenas como produtora de curtas neste formato, pareciam concentrados nessa realização. Lasseter não só dirigiu, como também bolou o conceito inicial, além de ser um dos mais altos executivos do estúdio. Também se envolveram Andrew Stanton e Pete Docter, até hoje parte da família Pixar (o primeiro dirigiria “Procurando Nemo” e “Wall.E”, e o segundo, “Monstros S.A.” e “Up – Altas Aventuras”). Dentre o time de roteiristas também estava Joss Whedon, craque nos diálogos espertos, que depois se tornaria cultuado pela série de TV “Buffy – A Caça-Vampiros”. Daí para um desastre seria muito fácil, como geralmente acontece onde há muito cacique para pouco índio. Pois ocorreu o oposto: pelo resultado, fica muito claro que houve um senso de colaboração, e que foi essa união que tornou tudo possível.

Sem dúvidas era uma empreitada ousada – e à sua maneira, tão trabalhosa e custosa quanto a fermentação de “Branca de Neve e os Sete Anões”, o pioneiro dos desenhos no Cinema, pelas mãos de Walt Disney. Nada mais coerente, portanto, que o envolvimento da Disney no processo: esse toque de frescor era exatamente o que o estúdio procurava. Enquanto esteve sob a supervisão de Jeffrey Katzenberg, no início dos anos 90, emplacara uma sequência de acertos, como “A Pequena Sereia”, “A Bela e a Fera”, “Aladdin” e finalmente “O Rei Leão”. Daí em diante, as animações no formato tradicional foram se tornando cada vez mais escassas. Não que a magia do desenho rústico tivesse se esvaído – o estúdio é que simplesmente parecia ter chegado a uma bifurcação criativa. O acordo de distribuição com a Pixar – que representava a novidade, com histórias boas para contar e técnicas para desenvolver melhor – foi, de longe, a melhor solução. Não demorou para que a Pixar se tornasse o maior trunfo da Disney, a ponto de uma incorporação em 2006.

Em resumo, é difícil mensurar o quanto cada filme de animação computadorizada deve a “Toy Story”, e à pesquisa, afinco e trabalho duro da Pixar. Mas mesmo ignorando o plano geral, o resultado isolado ainda é, por si só, uma obra-prima absoluta. A continuação, quebrando as regras que ditam a inferioridade de qualquer segundo capítulo, foi igualmente competente, feita com capricho e desvelo (ainda que o plano inicial tenha sido lançá-la em home video, ou seja, poderiam ter feito nas coxas, com indiferença e desmazelo). Aparentemente, a Pixar é incapaz de entregar alguma coisa ruim – e pela confiança que depositamos nela, podemos esperar grandes feitos da terceira parte, que tem estreia prometida para Junho (confira o trailer aqui)!

Categorias:Cinema
  1. markhewes
    28 fevereiro 2010 às 1:19 am

    Louis, quando vi Joss Whedon nos créditos iniciais, quase pirei, huashusahusa.

  2. 28 fevereiro 2010 às 1:40 am

    eu lembro que gostei muito de Toy Story. e lembro ainda que houve uma polêmica se Toy Story seria mesmo a primeira animação computadorizada, já que os brasileiros de ‘Cassiopéia’ reivindicavam esse título. Cassiopéia levou uns 5 anos pra ficar pronto, e o lançamento aconteceu depois de Toy Story.
    sei lá.
    sei que assisti os dois, e choreeeeeeeeeeeeeeeeeeei com Cassiopéia.
    🙂

    • 28 fevereiro 2010 às 1:54 am

      Mark, é de ficar passado em Cristo né?? huahuahua… Whedon rules!

      Quéroul, me lembro de ter visto numa edição do Livro dos Recordes que Cassiopéia tinha sido o primeiro filme no estilo. Vi uma vez no Canal Brasil, a animação está bem crua, mas a gente tem que admirar o esforço e respeitar!!! 🙂

  3. 28 fevereiro 2010 às 2:08 am

    E ficamos todos no aguardo, dessa esperada continuação!
    Viu que a PIXAR, anunciou uma continuação para Monstros S.A?

  4. 28 fevereiro 2010 às 9:11 pm

    Esse deve ter sido aquele primeiro passo. O começo para a Pixar. Como você bem disse, é um marco por ser a primeira animação computadorizada. E, com o tempo, eles foram aperfeiçoando essa arte de fazer filmes de animação. E eles são mestres nisso! Beijo!

    • 1 março 2010 às 1:27 am

      Jack, nem estava sabendo! Achei que teria continuação de Carros, mas não faço questão, já que este é o meu filme menos favorito do estúdio.

      Ka, com o tempo eles foram evoluindo, mas não achei que Toy Story envelheceu mal (pelo menos não até agora!), ou que deva algo aos posteriores em termos de roteiro! Sou fãzaço da Pixar! Beijo.

  5. José
    2 março 2010 às 1:35 pm

    hum, eu com meus 14 anos, me lembro vagamente de ter assistido o primeiro Toy Story, assisti algumas vezes quando criança, mas faz uns aninhos que não assisto, o segundo nem me lembro mais a historia, vou aproveitar pra relembrar, agora em 3D, e levarei comigo minha irmã de 9 anos, que se não me falha a memoria, nunca assistiu o filme, e se assistiu, não deve se lembrar…

    • 2 março 2010 às 3:47 pm

      José, faça isso mesmo! É uma ótima oportunidade para relembrar os dois filmes e até apreciar mais do que anterioramente.

  6. 30 março 2011 às 1:39 am

    que ++ esse filme é show

  7. 30 março 2011 às 1:39 am

    kalinka :
    que ++ esse filme é show

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