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A Boa Esposa

Não vai mais faltar programa para assistir nas noites de Terça. Finalmente descobri, depois de meses de insistências de colegas e leitores, o drama “The Good Wife”, que passará a cobrir essa lacuna na minha agenda televisiva. Como todos alardeavam, a série é bem feita, bem escrita e bem atuada. Um ponto positivo para a fraquíssima safra de 2009-2010 (o projeto de maior alarde, “Flashforward”, já virou motivo de piada, e comédias novatas como “Glee” e “Modern Family” tem monopolizado e desviado a atenção dos seriados dramáticos).

“The Good Wife” tem tudo o que os americanos adoram ver na TV: uma protagonista esperta (Julianna Margulies, de “E.R.”, espetacular no papel), um ambiente de trabalho competitivo (no caso, uma grande firma de advocacia), tramas avulsas (os casos da semana, que sempre reservam uma reviravolta), e um plot contínuo motivando a ação. Mesmo que a ênfase vá quase sempre para os processos, os personagens tem carisma e nos despertam a vontade de conhecê-los a fundo. A heroína é especialmente intrigante: foi humilhada publicamente quando vieram à tona as traições e a corrupção do marido, um promotor respeitado de Chicago. Ainda assim, ficou ao lado dele no pronunciamento oficial para a imprensa, mais ou menos na mesma posição que esteve Hilary Clinton diante da pulada de cerca do Bill. Só que o promotor desmoralizado (Mr. Big de “Sex and the City”, um ator sofrível) foi para a cadeia, e restou à “boa esposa” do título retornar ao trabalho de advogada para sustentar a família. Mesmo tendo exercido a profissão por pouco tempo (antes de se tornar mãe em tempo integral, como explica no primeiro episódio), a danada tem talento nato para o ramo, sabe se articular com perfeição e possui faro de detetive (o que a leva a ver os casos sob uma ótica inédita). 

Tenho pouca experiência com séries de tribunal. Assisti a alguns episódios de “Boston Legal” e a uma temporada e meia de “Eli Stone” (esta última parecia uma “Joan of Arcadia” das cortes, porque o cara também recebia mensagens divinas). Enfim, nada que me torne uma referência no gênero, ou que me credencie a atestar qualquer coisa. Dito isso, creio que “The Good Wife”, o novo exemplar deste filão, é ótimo para o que se propõe. Faço algumas resalvas: a) os processos que caem nas mãos da personagem principal sempre, sem exceção, envolvem pessoas inocentes acusadas erroneamente (ou seja, forçam o espectador a se simpatizar e afastam a série da realidade; advogado tem que defender qualquer um, já que todos – inocentes e culpados – tem os mesmos direitos perante a Lei), e b) o núcleo familiar (sei que sem os filhos malas e a sogra pentelha a série tomaria outras diretrizes, mas esse enredo é mesmo banal). No entanto, com base doze episódios já exibidos, garanto que é bacana, interessante e até viciante (tanto que vi tudo em pouquíssimo tempo, numa maratona ininterrupta). Está recomendado. Vem embutido um Globo de Ouro de Atriz Dramática, que Julianna conquistou neste Domingo.

Categorias:TV
  1. Adriano
    20 janeiro 2010 às 11:19 am

    Yay, finalmente um review sobre The Good Wife. Tenho procurado bastante mas não encontro (talvez não esteja procurando nos lugares certos).
    Bom, a série é a minha paixão atual, não adianta. Comecei a assistir totalmente por acaso, no período de Reveillon, porque não tinha outra coisa para assistir e decidi baixar o pilot porque tinha lido algum comentário positivo e o nome me intrigava, mas não sabia absolutamente nada sobre o plot. Pois bastou eu assistir ao primeiro episódio pra gostar e baixar e assistir aos demais em sequência. A série realmente é muito boa. A atuação da Julianna Margulies (que me fez vibrar com sua vitória no GG) é excelente. Adoro o jeito observador da personagem, dá pra perceber se ela está decepcionada/triste/machucada somente pelo olhar, mas não é só no drama que a personagem se destaca, ela ainda se sai muito bem nas sequências na Corte. hehe Eu sou suspeito para falar porque estudo Direito, mas acho as sequências no Tribunal particularmente empolgantes. Concordo com os pontos fracos que tu apontasse, Louis, mas acredito que, por enquanto, eles não comprometam o resultado da série.
    Numa temporada em que os meus dramas favoritos, Grey’s Anatomy, Brothers & Sisters e Desperate Housewives (digamos que a parte que eu mais gosto da série é o drama) estão trilhando um caminho praticamente sem volta, para dizer o mínimo (B&S eu já abandonei; DH e GA estão por um fio), The Good Wife tem sido uma boa recompensa para mim. 😀

  2. 20 janeiro 2010 às 12:13 pm

    te amo e te odeio.
    amo porque vc é um menino bonzinho, que ouve os apelos do público e escolhe as séries boas pra acompanhar.
    te odeio pq vc já viu os 12 e eu aqui, a FÃ NÚMERO UM da esposa boazinha só vi os que passaram na TV, que deve ter sido uns 7. 😛 pra vc.
    eu gostei muito da série mesmo, Margulies anda belííííssima com aquela escova e é uma atriz excelente pra esse papel. é o tipo de heroína que não dá pra deixar de torcer.
    e eu não acho o núcleo familiar ruim não. a sogra é chatinha, mas é o papel de sogra, né? e eu acho os filhos uns xuxus lindos, adoro. o menino (que eu não sei o nome do ator) é tão gracinha.
    e, né, Mr. Big, coitado, sempre um porre… até que nesse seriado eu aguento ele por uns minutos, mas não dá: o cara é um mala, o ator é péssimo. sempre.
    e de série de tribunal, sério, acho Law and Order uma pérola, sobretudo essas últimas temporadas com o promotor que eu amo e a promotora bonita (a Rubirosa, acho). tem cada tema discutido lá, e tão bem discutido… vale a assistida (eu tô criando coragem e fazendo poupança pra alugar as temporadas do começo… coragem mesmo, que o Mr. Big tá lá, todo fanfarrão…).

  3. 20 janeiro 2010 às 12:14 pm

    ai, olha só esse emoticon errado no meu comment.
    era pra sair uma lingua! : P

    • 20 janeiro 2010 às 1:31 pm

      Adriano, concordo com você, em especial sobre a baixa que os dramas sofreram. Está difícil surgir coisa nova e interessante no gênero televisivo, e os antigos estão dando sinais de cansaço. Por isso que, ultimamente, estou defendendo que as séries tem que ter poucas temporadas – melhor acabar no auge do que se prolongar até que tenham chance de errar!

      Quéroul, mostro a língua de volta pra você! huahuahua… Anfã, caí de amores pela série, também acho que Margulies está lindona! Mas não gosto mesmo do núcleo familiar. Não sei se você já chegou nesses episódios, mas tem pelo menos duas cenas ridículas que anulam as figuras dos filhos e da sogra (o menino coloca bem alto uma música muçulmana para irritar a mãe, e a sogra dá um banho de esguicho em alguém depois de uma discussão). A pior coisa da série! Agora o Big é péssimo ator mesmo. E a trama seria tão enriquecida com um intérprete melhor no papel do marido… Putz, “Law and Order”! Vi alguns poucos avulsos daquela SVU, e é bem boa!

  4. Caroline®
    20 janeiro 2010 às 2:53 pm

    Não falei que era ótima? E as nossas ideias continuam sintonizadas: também acho forçado que Alicia sempre pegue defesas difíceis de inocentes e vença a maioria dos casos (como advogada, sei que nem sempre ganha quem tem razão…) e simplesmente ODEIO os filhos da Alicia (até fui chochada na comunidade de TGW no Orkut por isso). A sogra não tem jeito: é sogra, acha que tudo que a nora faz é reprovável e defende o filhinho com unhas e dentes. Mas aqueles 2 malinhas… mentirosos, manipuladores, a menina é uma mimada, o menino é sonso. Puxaram ao Peter Florrick. Entendo perfeitamente como Alicia foi tão corna. Ela é boba, crédula, confia naqueles falsinhos plenamente… Chega a dar raiva!

  5. 20 janeiro 2010 às 3:15 pm

    Seriados que envolvem tribunais não me agradam muito, mas esse me parece bem bacana. Quanto ao seu comentário sobre o Flash Forward, concordo. Virou uma piada de mal gosto. Me empolguei muito com aquele piloto e depois foi ficando cada vez pior. Uma pena.

  6. Alex Pizziolo
    20 janeiro 2010 às 4:56 pm

    Aê!! Finalmente deu uma chance à The Good Wife! Adoro a série e Julianna está muito boa! Acho que tenho mais experiência em séries de tribunais que você e a série não deve em nada para a maioria de séries do gênero. Os pontos fracos são justamente os que você aponta, acho isso de só defender inocente irreal demais, mas acho que a qualquer momento deve haver um episódio com um culpado.

  7. Caroline®
    20 janeiro 2010 às 5:44 pm

    Esqueci de comentar uma coisa! O sistema judicial americano é muito curioso, completamente diferente do nosso, o que me desperta mais interesse ainda na série (a advogada falando…). E eu de cara já gostei da Kalinda, e aprendi a gostar de Cary e Diane, e desconfiar do Will…

    • 20 janeiro 2010 às 8:14 pm

      Quéroul, pensamos igualzinho! Concordo com tudo o que você disse. Inclusive sobre a Alicia, que é tão senhora-de-si no tribunal, ser passiva dentro de casa (a ponto de chegar mesmo irritar). Prova que a protagonista é mesmo complexa e matizada! Quanto ao segundo comentário, também ADOREI a Kalinda. Aliás, gosto de todo mundo do escritório, apesar de ter pé atrás com o Will.

      Bruno, Flashforward foi o blefe do ano. Fiquei empolgado com o Piloto e foi tudo ‘down the hill’ depois disso!

      Alex, como eu desconfiava, a série é ótima para os parâmetros do gênero! Só espero que a Alicia comece a defender ‘culpados’ logo! 😉

  8. 20 janeiro 2010 às 8:15 pm

    Parece ser boa essa série, hein? E só pelo fato da Julianna ter “roubado” o Globo de Ouro da Glenn Close já me deixa bem curiosa para ver como é o trabalho dela na série, até porque ela é ótima atriz. Beijo!

    • 21 janeiro 2010 às 12:28 am

      Ka, boa demais! Depois de conferir, tenho certeza que não vai mais considerar um “roubo” a vitória da Julianne acima da Glenn Close! Beijo.

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